O quadril é a articulação formada por uma porção do osso da coxa (cabeça do fêmur) e uma porção do osso da pelve (cavidade acetabular). Em um quadril normal, a cabeça femoral esta anatomicamente encaixada na cavidade do acetábulo e isso garante uma boa estabilidade para essa articulação, mas também permite ampla liberdade de movimento para o membro inferior.
As superfícies ósseas que compõe a articulação do quadril são revestidas por cartilagem (cartilagem hialina), um tecido mole, macio, composto por água e colágeno e responsável, sobretudo, por absorção de cargas que passam pela articulação, redução do atrito entre um osso e outro e por facilitar o deslizamento entre as superfícies articulares.
O que é artrose de quadril ou coxartrose?
Artrose é um termo genérico utilizado para determinar, basicamente, o desgaste de uma articulação. Sendo assim, a artrose de quadril, também conhecida como coxartrose, osteoartrose de quadril ou artrose coxofemoral, nada mais é do que uma doença articular crônica, inflamatória e degenerativa, caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem articular (cartilagem hialina) e posterior exposição e lesão do osso subcondral (osso localizado abaixo da cartilagem) da articulação do quadril. O desgaste da cartilagem leva ao atrito direto sobre o osso subcondral e ao longo da progressão da doença, por ser muito inervado, este passa a ser uma importante fonte de dor. O desgaste articular obedece algumas fases. No início do processo, ocorre desorganização da estrutura de colágeno e a cartilagem sofre afilamento ou algumas irregularidades, mas ela ainda está presente recobrindo o osso. Em fases mais avançadas da doença, algumas regiões de cartilagem desaparecem completamente, ocorre, então, exposição do osso subcondral e os ossos acabam entrando em atrito direto uns com os outros. Esta fricção entre os ossos deforma as estruturas articulares, altera a capacidade de dissipação das cargas que passam pelo quadril e favorece a inflamação da articulação. Isso gera um processo intensamente doloroso e marcado por limitação da função do quadril e das atividades de vida diária do paciente, o que compromete diretamente sua qualidade de vida. Particularmente, as articulações do quadril e do joelho são as mais suscetíveis à degeneração e isso está muito relacionado ao fato dessas articulações receberem muita carga durante as atividades do dia a dia e também durante atividades recreacionais ou esportivas de alto rendimento. A artrose clássica acomete, normalmente, indivíduos mais velhos, chegando a estar presente em cerca de 10 a 20% da população acima de 60 anos. É mais comum em mulheres após os 45 anos, mas também está presente em homens até os 50 anos. Normalmente não existe predominância de artrose no quadril direito ou esquerdo, nem em acometimento de um dos quadris ou de ambos. O que se sabe é que a artrose bilateral (presente nos dois quadris) está normalmente relacionada ao desgaste progressivo das articulações e a artrose unilateral (em apenas um dos quadris) está relacionada a causas secundárias, como é o caso de fraturas e doenças da infância que acometeram apenas um quadril.
Causas da artrose de quadril
As causas mais comuns estão doenças da infância como displasia do desenvolvimento do quadril Existem duas formas básicas de alterações: a artrose primária (ou idiopática) e a artrose secundária. Esses dois tipos são determinados de acordo com os fatores responsáveis pela causa da doença. A artrose primária ocorre em cerca de 48% dos casos e é aquela em que, geralmente, não se é possível identificar a causa precisa do desgaste articular. São os casos em que apesar de uma avaliação bem detalhada e de uma boa análise clínica do paciente e dos exames de imagem, o fator causador da doença não pode ser claramente determinado. Até o momento, sabe-se que alguns fatores como predisposição genética, estilo de vida com intensa sobrecarga (atividades repetitivas de impacto nas articulações, a grande mobilidade da articulação do quadril e atividade física intensa) e desequilíbrios musculares podem estar relacionados à artrose primária. Já a artrose secundária é responsável por cerca de 52% dos casos de desgaste da articulação do quadril e é basicamente definida por casos em que a degeneração foi provocada por defeitos congênitos ou adquiridos. Nesse contexto, dentre as causas mais comuns estão doenças da infância como displasia do desenvolvimento do quadril (alteração da forma do acetábulo- cavidade na qual a cabeça do fêmur se encaixa) e síndrome de Legg-Calvé-Perthes ou doença de Perthes (degeneração da cabeça do fêmur por falta de irrigação sanguínea); impacto femoroacetabular, processos inflamatórios ou infecciosos no quadril; distúrbios metabólicos e hormonais e também a obesidade. Em particular, os distúrbios metabólicos e hormonais apresentam relação importante com o aparecimento de artrose, sobretudo nas mulheres. Isso ocorre normalmente na pós-menopausa, porque alguns hormônios, principalmente o estrogênio, tem impacto direto no metabolismo ósseo das mulheres.
Sinais e sintomas
Os sintomas da artrose de quadril são progressivos. Como a artrose é uma doença de progressão gradual, os sinais e sintomas do acometimento da articulação do quadril também seguem uma sequencia progressiva de leves e pouco limitantes para intensos e extremamente limitantes. De forma geral, os primeiros sinais da artrose de quadril são: rigidez articular, sobretudo pela manhã; dor em locais próximos da articulação como a nádega, virilha e lateral da coxa e dor associada à limitação de movimentos do quadril durante a realização de atividades de vida diária como entrar e sair do carro ou calcar os sapatos. Inicialmente os sintomas são leves, a rigidez na articulação do quadril melhora ao longo do dia, a dor tende a diminuir ou passar completamente após um período de descanso e a limitação de movimento é muito leve. Contudo, no decorrer do processo, a doença e o comprometimento articular progridem e, assim, a rigidez na articulação passa a ser mais constante, as dores se tornam mais intensas, podem ser percebidas em outros locais (pode irradiar para a coluna lombar ou até o joelho) e não melhoram com o repouso e a limitação dos movimentos do quadril é cada vez maior. Se o comprometimento articular for grande, o desconforto pode ser permanente, esteja o paciente em pé, deitado ou se movimentando. Como consequência disso e na tentativa de controlar a dor, o paciente se torna cada vez menos ativo e pode passar a andar mancando, para evitar ao máximo a sobrecarga no membro com dor. Essas estratégias parecem ajudar, no início, mas na verdade contribuem para o agravamento do quadro, pois geram enfraquecimento dos músculos da perna e nádega, que são importantes protetores da articulação do quadril. O avanço progressivo do comprometimento articular é quase uma regra, quando se trata de artrose do quadril. Isso sugere que a procura por tratamento seja feita quanto antes surgirem os sintomas. Confira uma lista dos principais sinais e sintomas da artrose de quadril (coxartrose):
· Dor na nádega, coxa ou virilha (em torno na articulação do quadril);
· Rigidez articular (dificuldade para movimentar a articulação, principalmente pela manhã);
· Crepitação articular durante o movimento (estalidos na articulação);
· Dificuldade para realizar as atividades de vida diária como ficar de pé por muito tempo, sentar em cadeiras ou sofás mais baixos, caminhar, sair e entrar no carro, cruzar as pernas, calçar sapatos e meias ou lavar os pés:
· Deformidade articular;
· Posição antálgica, apoiando o peso no quadril saudável (o que provoca uma sobrecarga no quadril e pelve opostos);
· Quando o estágio já é avançado, o paciente pode sentir as dores e desconfortos da artrose de quadril mesmo que esteja parado (principalmente à noite).
Diagnóstico e exames
O diagnóstico é feito basicamente por meio de avaliação clínica, na qual o profissional da saúde colhe todo o histórico da doença, coleta dados como força dos músculos glúteos, da coxa e perna, avalia a amplitude de vários movimentos do quadril e faz alguns testes para analisar a condição funcional do paciente. Tudo isso para identificar alguns sinais e sintomas citados anteriormente. Posteriormente também é realizada uma análise minuciosa dos exames de imagem como radiografias e ressonância nuclear magnética (RNM) do quadril. Esses exames são essenciais para a determinação do grau de comprometimento das estruturas articulares, sobretudo cartilagem e osso subcondral. É possível também determinar se existe redução do espaço articular (espaço entre a cabeça do fêmur e o acetábulo), presença de deformidades das superfícies articulares e proeminências ósseas ao redor da articulação do quadril (bicos de papagaio), o que representa um importante nível de sobrecarga dessa articulação.
Fisioterapia para artrose de quadril
A Fisioterapia é excelente para artrose de quadril Quanto ao tratamento da artrose de quadril, vale ressaltar que cada abordagem deve ser individualizada e voltada para as expectativas de vida e atividade de cada paciente. Nesse sentido, geralmente a primeira opção é o tratamento conservador, que utiliza métodos não cirúrgicos como ferramentas de tratamento. Essa abordagem pode ser feita através do uso de medicamentos anti-inflamatórios e condroprotetores e também com exercício físico específico, direcionado pela fisioterapia. Sabe-se que os músculos são importantes estabilizadores e protetores das articulações, sendo assim, a abordagem de doenças articulares através de um enfoque direcionado e exercícios específicos vem ganhando cada vez mais espaço e notoriedade como opção eficaz de tratamento conservador.
A fisioterapia tem como objetivo inicial aliviar a dor, reduzir o processo inflamatório e promover ganho de amplitude dos movimentos do quadril (sempre que possível) através de recursos eletrotermofototerapêuticos (TENS, CIV, LASER, Ultra Som) e técnicas de liberação miofascial e mobilizações articulares. Em um segundo momento, o enfoque do tratamento passa a ser o ganho de força de músculos responsáveis pela estabilização da articulação do quadril. Essa abordagem faz com que a musculatura passe a ter melhores condições de absorver as cargas que passam pela articulação durante as atividades do dia a dia ou das atividades esportiva e consequentemente impede que essas cargas sejam dissipadas na cartilagem e no osso subcondral (que é uma importante fonte de dor, nesse caso). Isso, além de melhorar a função do paciente, possibilita alivio dos sintomas e melhora da capacidade física do mesmo. Em outras palavras, o fortalecimento muscular evita a progressão da artrose, pois estabiliza a articulação e impede o atrito e sobrecarga nas superfícies desgastadas. Por fim, o tratamento progride para uma etapa de reequilíbrio da musculatura do tronco e membros inferiores em geral, treino do controle do movimento, treino de estabilidade em superfícies estáveis e instáveis e treino do gesto esportivo (quando necessário), na tentativa de devolver o paciente para o seu ambiente de vida, da melhor forma possível. Vale ressaltar que a fisioterapia não tem capacidade de reverter os danos já instalados na articulação acometida pelo desgaste, porém auxilia no controle da dor, melhora da função e, sobretudo, tem potencial para impedir a progressão da doença para níveis mais incapacitantes. Atrelado a isso, sabe-se também que em qualquer tipo de artrose nos membros inferiores, seja no quadril ou joelho, a perda de peso e a fisioterapia serão aliados contra o problema. Muitas vezes a realização da cirurgia e colocação da prótese de quadril é inevitável, mas uma abordagem conservadora feita de forma correta pode ser muito eficaz na restauração da função do quadril e redução dos sintomas, devolvendo qualidade de vida ao paciente, postergando a cirurgia.
Cirurgia para artrose de quadril
Dependendo do nível de comprometimento da articulação, a cirurgia é vista como a última opção de tratamento. Normalmente é uma opção após a falha dos tratamentos conservadores ou diante de um grau muito avançado de desgaste do quadril. Para a artrose do quadril, a cirurgia mais indicada é a artroplastia ou prótese de quadril, que consiste basicamente na substituição total ou parcial das superfícies articulares por estruturas de cerâmica ou metal (na maioria dos casos) que possuem o mesmo formato dos ossos que constituíam a articulação. É uma cirurgia bastante invasiva, porém, quando bem indicada, apresenta grandes taxas de sucesso, principalmente na redução da dor e melhora da função do paciente. Vale lembrar que essa cirurgia necessita de um tempo prolongado de recuperação e, ainda assim, é necessário que o paciente, após a operação, seja submetido a um processo de reabilitação com fisioterapia especializada para que possa atingir o máximo de independência, com o mínimo de limitação possível.
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